sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre parir em casa

Compartilho hoje com vocês um post do blog Nascer Natural sobre alguns mitos a respeito do parto domiciliar. Vale a pena refletirmos sobre cada ponto abordado por Adelita!


È necessário uma Ambulância na porta de casa, como na Holanda.
Existe uma crença popular (e entre o meio médico), inclusive no Brasil, que não sei da onde vem, mas da Holanda é que não é, de que em partos domiciliares há uma ambulância na porta de casa. Porque iriam oferecer o parto em casa na Holanda se teem que disponibilizar um exército de ambulâncias paradas nas portas das casas por todo o país? Não seria algo muito lucrativo! Precisamente o governo proporciona o parto em casa pois além de mais barato, melhora os resultados, reduz a mortalidade e aumenta a satisfação da população. As parteiras (diplomadas) vão atender o parto em carros próprio, bicicletas ou se preferirem a pé. O fato é que na Holanda ao se chamar uma ambulância esta chega em torno de 15 minutos. Ambulância na porta de casa é FANTASIA!!!

Antes morriam muitas mães e bebês, por esta razão se passou a parir no hospital.
A mortalidade materno-infantil já havia decrescido antes do parto passar a ser hospitalar, graças aos medicamentos, vitaminas e melhoras na dieta e higiene, vestes e moradias. No entanto, a atenção ao parto em casa era muito diferente, as parteiras não tinham os recursos que possuem agora, nem material como oxigênio e ambu, nem conheciam bem as mães, ou podiam escutar os batimentos cardíacos do bebe com a freqüência de agora. Também se alguém morria era considerado normal, não se culpava a parteira (que fazia o que podia). Hoje em dia não se coloca ninguém em situação de risco, nem a parteira nem a família!!

Em casa não há sala de cirurgia estéril, há risco de infecção.
Há muito tempo isto foi desmentido. O risco de infecção aparece ao entrar pela porta do hospital, e acontecem diariamente, inclusive infecções graves e fatais em mães e bebês, já que se produzem feridas cirúrgicas, incisões, suturas, intervenções e manipulações invasivas por parte de várias pessoas diferentes. Em sua própria casa o risco é mínimo e certamente não se conhece algum caso!

Vou parir sozinha como os animais, se há tanta tecnologia hoje em dia!?
A tecnologia não ajuda no parto, já que é um processo espontâneo, íntimo, sexual, mamífero, que requer simplesmente deixar a mãe fazê-lo. Entretanto, a medicina e a tecnologia são muito eficazes para aqueles poucos casos em que há realmente necessidade. Uma cesárea pode salvar a vida de uma mãe que, por exemplo, esta tendo uma hemorragia ou uma eclampsia, ou um bebê com sofrimento fetal. Fora estes casos, e as indicações absolutas e reais, não freqüentes, as intervenções causam apenas aumento dos riscos que não existiam. As parteiras profissionais, enfermeiras obstetras ou obstetrizes, que atendem o parto em casa, são treinadas para atuar em situações de emergência e levam o material para tal atendimento, podendo sair com êxito dos problemas freqüentes. Assim, não é como os animais ou parir sozinha.

Mas...e se acontece algo?
Como já comentado as profissionais que acompanham o parto domiciliar dispõem de recursos e materiais para atuar em casa, mas às vezes pode ser necessária a transferência para um hospital. Aqui no Brasil, há alguns grupos de acompanhamento de parto domiciliar planejado, neste planejamento estão as possíveis rotas para os hospitais mais próximos em caso de desistência, urgência ou emergência. Normalmente se utiliza o próprio carro para a transferência, também pode ser uma ambulância (que pode demorar mais). A maioria das situações de transferência se dá em uma margem de meia hora e podem ser detectadas mais rapidamente que se estivessem no hospital a cargo de duas ou três mulheres de uma só vez.

Enfermeira Obstetra e Mestre em

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