quinta-feira, 17 de junho de 2010

Assim nasce uma doula

Minha motivação para fazer o curso de doulas veio da traumática experiência com o parto de minha primeira filha. Após um ano e meio de seu nascimento e quando estava totalmente convencida de que a única chance de vivenciar plenamente um segundo parto seria fazê-lo em casa, decidi fazer o curso para me instruir e aprender mais sobre como oferecer a mim mesma o que é importante nesse momento que desejo vivenciar.

E assim cheguei aqui. Conversei com meu marido sobre a importância disso para mim e decidimos que ele ficaria com nossa filha durante o período do curso, já que teria que ir para São Paulo e ficar lá os quatro dias seguidos..... Foquei então em falar para minha filha, a Laís, que como sempre nos surpreende. Desde que eu comuniquei a ela verbalmente da minha decisão, assim como se falaria a um adulto, ela foi aos poucos não precisando mais do meu seio para dormir, não pedindo mais o “mámá”(no seio) quando acordava. Era como se ela estivesse dizendo “pode ir mamãe, eu vou ficar bem”.


Então, com o apoio do meu marido e da minha pequena filha aqui estou, no penúltimo dia do curso, fascinada com o poder e a força das mulheres, com a beleza e magia do nascimento, com a perfeição desse evento único na vida de duas pessoas.


Durante estes três dias de curso acho que pari a doula que existe em mim. Vejo que minha identificação com as funções e princípios desta profissional é total e me pego sentindo um enorme, imenso, imensurável desejo de estar ao lado de uma mulher parindo.
Hoje foi difícil voltar para o hotel... Estávamos assistindo ao filme Orgasmic Birth (quem já assistiu vai me entender) e depois daqueles partos amorosos, intensos, plenos de ocitocina.... tive que aterrissar no planeta Terra, voltar ao mundo real, pegar o metrô de São Paulo e então vim para o computador para poder colocar pra fora toda essa magia que ora me envolve e que tenho certeza, não há como não envolver todos aqueles que se permitem vivenciar a experiência do nascimento com o olhar do amor e o devido respeito á obra de nosso Criador.


O parto já está em seu estado de arte, como disse a Ana Cris, uma de nossas instrutoras durante o curso, não há NADA a ser melhorado!!!!! E isso parece óbvio se olharmos pela perspectiva de que Deus não teria errado a mão justamente na hora de elaborar este evento fisiológico.


Bem, é isso, agora sou uma doula (na verdade ainda falta mais um dia de curso, ...rsrsrsr...). O que vou fazer quando voltar para Curitiba???? Bem, eu ainda não sei exatamente, mas tenho plena convicção que não vou guardar toda essa magia só para mim. Vou levá-la a todos os cantos, através deste blog, de encontros, de atendimentos. Vou dizer a todas a mulheres “ Sim minhas queridas, vocês podem, nós podemos, sentir prazer com nossos partos assim como sentimos prazer em nossas relações sexuais. Deus concebeu nosso corpo para isso. Isso não é feio, isso não é pecado, isso não é maldito nem sofrido. Isso é lindo, é pleno, é prazeroso, é renovador e transformador!”
REFLEXÃO
Já paramos para pensar que há pouco mais de meio século o sexo era feio, sujo e impuro para as mulheres???? O sexo parece ter saído desse posto, só que o parto continua nesse lugar.

Vamos tirá-lo de lá!!!
Volto a escrever quando já estiver com meu “plano de parto”, quero dizer plano de doula, pronto!
Até!!!!